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quinta-feira, 22 de março de 2012

ESTUDAR EM UNIVERSIDADES RENOMADAS FAZ A DIFERENÇA?

Provavelmente você já escutou por aí que os alunos de instituições de ensino superior renomadas conseguirão um emprego mais facilmente do que os estudantes de faculdades menos conceituadas. Será mesmo?

 

Diferente de muitas pessoas que ficam com aquela dúvida sobre qual curso fazer, Tiago Vicari já sabe muito bem qual área vai seguir: Administração de Empresas. Apesar de ter 17 anos, ele já se imagina coordenando áreas, criando novas formas de pensamento para solucionar problemas, administrando bem as finanças e, claro, desfrutando de uma boa remuneração. Porém, se a indecisão não é na escolha do curso (comum a muitos jovens), o receio dele está em escolher onde estudar. "Minha dúvida é saber se compensa fazer o curso em faculdades menos famosas e se o mercado valoriza essas instituições", comenta.

 

E o tema se tornou debate onde estuda. "Na verdade, o que faz com que eu pense nisso é a forma como minha escola nos orienta sobre o assunto. Segundo vários professores e as pessoas que trabalham lá, as melhores oportunidades surgem quando se tem uma universidade 'com nome' no currículo", declara Tiago.

 

A preocupação dele não surgiu à toa. Muito se diz sobre o peso do "nome da universidade" no currículo dos profissionais, mas você saberia dizer o que há de realidade sobre o tema? Até que ponto o nome da instituição de ensino pode influenciar a escolha dos recrutadores em uma entrevista?

 

Verdades e mentiras

 

Entrar e concluir uma formação profissional numa instituição de ensino superior no Brasil, de fato, não é para todos. Segundo o último levantamento da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 11% da população brasileira com idade entre 25 e 64 anos têm ensino superior. O número, aliás, nos deixa no último lugar em um grupo de 36 países ao avaliar a quantidade de graduados na população. E quando se trata das universidades mais conceituadas, esse número de pessoas que consegue o diploma é ainda menor.

O gestor de carreira da RH Capital, Sidney Alves, revela que o nome da universidade influencia sim e, em alguns casos, é determinante na decisão dos recrutadores em uma entrevista de emprego. "O ingresso em uma universidade renomada exige um esforço maior para passar no vestibular devido à maior dificuldade no teste. Além disso, o grau de exigência dessas instituições é geralmente alto durante a graduação", explica Sidney.

 

Quando se trata de candidatos recém-formados ou ainda estudantes, o peso dessa escolha é mais acentuado. Jussara Dutra, gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Senior, explica que o tipo de vaga interfere. "Por exemplo, em programas de estágio e trainee, nos quais há pouca experiência profissional e a concorrência é muito acirrada, a formação em uma universidade de renome pode fazer a diferença, principalmente no que diz respeito a áreas técnicas", revela a consultora.

 

Mas você saberia identificar uma "universidade de renome"? Uma das formas é conferir a avaliação do Ministério da Educação sobre a instituição. Para isso, existe o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que é formado por três componentes principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. Além disso, é possível encontrar ajuda em revistas e jornais especializados que produzem rankings de qualidade e através de contato com pessoas que já passaram pelas instituições.

 

Diferencial passageiro

Mas quem acha que apenas estudar em uma universidade renomada será sempre um diferencial para concorrer no mercado está profundamente enganado. Especialistas em recursos humanos são unânimes ao afirmarem que, quando a vaga requer uma experiência específica, a maturidade profissional anterior conta mais na hora da escolha dos candidatos.

 

"Existe um consenso de que após cinco anos da formatura a experiência importa mais do que o nome da universidade. Mesmo que a instituição seja importante, a bagagem profissional do candidato vai influenciar mais na sua atuação. O perfil do candidato, outros conhecimentos e suas competências se tornam mais fundamentais", declara Sidney Alvez.

 

Para Luiz Edmundo Rosa, diretor nacional de educação da ABRH Nacional, com o tempo, nada substitui a prática do dia a dia e o perfil de competências que o profissional adquire. "Cada vez mais se reconhece que o importante na seleção de um candidato a emprego é medir suas competências, incluindo seus conhecimentos e potencial. Tudo aquilo que evidencie na pessoa seus valores, determinação, iniciativa, capacidade de inovar e de empreender".

 

Outros valores

 

Na busca de um "lugar ao sol" no mercado, outro fator que colabora na conquista para uma vaga é o constante aprimoramento. "O mercado muda muito e requer um profissional atualizado e com a qualificação que o cargo exige. Para isso, pode ser considerado um diferencial o domínio de outros idiomas, fazer uma pós-graduação ou MBA, participar de eventos e atuar em associações e cursos de curta duração com foco específico", declara Jussara.

 

Mas para aqueles que ainda não possuem um currículo diferenciado e querem conquistar uma oportunidade, Luiz Edmundo revela uma dica: "conta muito o nível de preparação para a entrevista, em que a pessoa estudou bem a empresa, conhecendo sua estratégia, planos de investimentos, produtos, concorrentes, etc. Hoje essas informações estão disponíveis na internet e é só pesquisar".

Portanto, independente de você possuir um bom currículo ou um ainda não tão bom assim, demonstrar sempre determinação, vontade e personalidade nas tarefas exigidas são trunfos para te ajudar a ter mais sucesso no presente e no futuro da sua carreira. 

 

Fonte:Fábio Bandeira de Mello, Revista Administradores

 

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