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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CARBONO FLUTUA NA EUROPA E DISPARA NA CALIFÓRNIA

Enquanto os participantes ficam na expectativa de mais detalhes sobre a reforma do mercado europeu, o carbono continua instável; já na Califórnia o ambiente é mais otimista com a aproximação da entrada em vigor do controle de emissões

 

Mesmo com muitos participantes do Esquema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS) enxergando como positivo o anúncio da Comissão Europeia (CE) de que buscará reduzir a disponibilidade de permissões de emissão (EUAs) nos próximos anos, as negociações no mercado não reagiram tão bem. 

 

Na quarta-feira (25), as EUAs para dezembro caíram 4% novamente para níveis inferiores a €7. O motivo foi a falta de detalhes e números nos planos da comissão, segundo especialistas.

 

Na quinta-feira (26), as EUAs caíram para €6,57/t no início do dia antes de retomarem forças, assim como os outros mercados europeus, com a declaração do presidente do Banco Central Europeu de que faria o que fosse preciso para dar suporte ao euro. As EUAs fecharam o dia em €6,92/t. As Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) para dezembro alcançaram novamente o valor mais baixo já registrado no início do dia, fechando com €2,89.

 

Isabelle Curien, analista do Deutsche Bank, disse que o anúncio da CE foi mais positivo do que negativo, mas que enquanto não houver mais clareza nos números, o mercado continuará volátil. Já o conselheiro de políticas da ONG Sandbag, Damien Morris, lamentou o adiamento das propostas pela comissão, porém elogiou o plano de esclarecimento legislativo das medidas a serem tomadas em relação aos leilões de permissões de emissão.

 

Em um cenário completamente diverso do imbróglio na União Europeia, o esquema californiano de comércio de emissões entra em uma época onde as certezas sobre a sua entrada em vigor trazem bons presságios aos envolvidos no mercado.

 

As permissões de emissão da Califórnia, chamadas California Carbon Allowances (CCAs), para entrega em 2013 superaram nesta terça-feira (24) os US$ 20 pela primeira vez desde setembro.

 

PREVISÕES

Especialistas da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) esperam que os preços cresçam significativamente até 2020 tanto no EU ETS quanto na Califórnia, com a estimativa de se manterem na faixa dos €45/tCO2 (US$55/tCO2). Isso porque as metas de corte de emissões em ambos devem ficar mais rígidas na próxima década.

 

Eles ressaltam que o fato do valor ser praticamente o mesmo é coincidência, já que os dois esquemas são completamente diferentes, tanto no fato de o esquema europeu estar conectado ao Protocolo de Quioto, ao contrário do da Califórnia, quanto das características ímpares dos setores envolvidos.

 

"Apesar de parecer que a Europa tem vontade política de dar mais força ao EU ETS em longo prazo, o processo para consertar os problemas continua a sofrer atrasos. O mercado precisa de ambição e estabilidade estrutural para retomar a importância perdida", comentou Matthew Cowie, chefe de pesquisas em mercados de carbono da BNEF.

 

Na América do Norte, onde grande parte das pessoas acredita que qualquer medida que visa combater as emissões de gases do efeito estufa esteja condenada, a BNEF enxerga uma iniciativa extremamente significativa por parte da Califórnia.

 

"Este mercado terá impacto em algumas das maiores usinas de energia do país e nos maiores players mundiais do petróleo e gás, entre outros", comemorou Michel Di Capua, chefe de pesquisas da BNEF na América do Norte.

 

Os contratos futuros na Califórnia vêm sendo negociados desde 2011 e o mercado a vista deve iniciar em 2013.

 

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